Pink Floyd atinge topo das paradas com relançamento de “Wish You Were Here”

Há uma semana foi disponibilizada uma ambiciosa edição para comemorar 50 anos do nono álbum de estúdio do Pink Floyd com mixagem Dolby Atmos 📙 e 25 faixas bônus. Chegou ao mercado nas plataformas digitais e em três formatos físicos: vinil triplo, CD duplo e caixa de luxo.

 

Hoje, a Official Charts, responsável por contabilizar e certificar o comérci de música no Reino Unido e divulgar semanalmente as listas de mais vendidos em diversos formatos, anunciou que “Wish You Were Here 50” alcançou a máxima posição na principal parada de álbuns.

 

A obra do Pink Floyd ainda lidera outras três listas da organização: a de vinil mais vendido da semana, a lista específica de Rock & Metal e também na contabilização que considera as vendas de CDs, vinil e outros formatos em 100 lojas de discos independentes do Reino Unido.

Além de um triplo primeiro lugar, a própria Official Charts ressaltou outras três conquistas impressionantes para a banda:

1. As listas divulgadas hoje, e que só serão atualizadas após o dia 25 de dezembro, são conhecidas como paradas do Natal e possuem um nível de relevância e atenção superiores por incluírem um período fortíssimo de lançamentos que visam as elevadas vendas para os presentes natalinos.

Embora seja a primeira vez que o Pink Floyd lidere a disputa natalina com um ÁLBUM, eles já conquistaram um primeiro lugar durante a semana mais concorrida do ano e na lista ainda mais “valorizada”, a de vendas de músicas avulsas, os singles 📙, com os estrondoso sucesso “Another Brick in the Wall (Part 2)”. Na época (1979), foi um ponto bem fora da curva na discografia da banda, que não lançava singles em seu país fazia 11 anos 📙, focando apenas no formato de álbuns. Foi uma decisão acertadíssima: além de permanecer outras quatro semanas no topo, a música chegou à mesma posição em muitos países, incluindo no mais disputado, os Estados Unidos, e vendeu mais de 4 milhões de cópias em todo o mundo.

2. Apesar de sua longa e bem-sucedida carreira, é a primeira vez que o Pink Floyd consegue o notável feito de colocar dois álbuns liderando as vendas em um mesmo ano, já que em maio Pink Floyd at Pompeii – MCMLXXII, álbum ao vivo do notável show de 1971, já chegara ao ponto mais elevado de vendas de álbuns.

Esse marco, privilégio de raríssimos artistas, demonstra que a banda continua relevante e rentável, mesmo sem o lançamento de canções inéditas. Mas atenção muito especial deve ser dada no fato de que, desde outubro de 2024, o catálogo do Pink Floyd é gerido pela Sony Music, que, após desembolsar 400 milhões de dólares, pretende recuperar o investimento. Utilizando toda sua estrutura internacional e conhecimento, a empresa voltou a incluir Roger Waters nas redes sociais da banda e tem feito divulgações muito profissionais: para o atual lançamento, por exemplo, utilizaram uma engenhosa estratégia (que gerou grande curiosidade e repercussão) de ilustrar todos os álbuns da banda nas plataformas de streaming como se estivessem cobertos por um plástico preto ⧉, uma referência à embalagem que “escondia” a capa do “Wish You Were Here” quando lançado em 1975. E o principal: tirou o poder decisório da mão dos integrantes, que, devido às complicadas disputas pessoais, cancelavam ou atrasavam projetos ⧉ ou mesmo nem tinham interesse em lidar com o legado audiovisual da banda.

3. O Pink Floyd agora detém um recorde que até ontem pertencia a outra lendária banda, os Beatles. “Wish You Were Here” estabeleceu o maior intervalo temporal entre a primeira e a última vez em que um álbum chega ao topo das paradas: entre esta e a primeira de outubro de 1975 são 2.620 semanas (50 anos e 140 dias). A maior marca anterior era de 49 anos e 252 dias desde que “Abbey Road” alcançou o ápice das paradas quando lançado pelo quarteto de Liverpool em 1969 até retornar ao posto em 2019, também em uma edição comemorativa de 50 anos.

Comemoração

Oficialmente, uma postagem colaborativa entre Pink Floyd, Sony Music, David Gilmour e “Official Charts” celebrou a conquista com um vídeo onde a placa de 1º lugar que é dada aos artistas aparece em frente a outra com a da direita em chamas, óbvia referência à capa do álbum:

O guitarrista também fez uma postagem em suas redes sociais com a seguinte legenda e foto:

“Um brinde à maravilhosa notícia de que Wish You Were Here é o álbum número 1 do Natal no Reino Unido.”

DAVID GILMOUR

Parabenizando-o nos comentários estavam, entre outros, o perfil oficial do amigo, apresentador e músico Jools Holland, da vocalista de apoio da sua última turnê Louise Clare Marshall, da Olivia Harrison (viúva do beatle George), da Gala Wright (ex-esposa de Rick Wright), Gary Kemp (guitarrista da banda de Nick Mason) e do ator e músico brasileiro Lucio Mauro Filho (recebendo bastante “curtidas” com o comentário em inglês “vamos celebrar isso no Brasil 😍 🇧🇷”).

Vídeo

Corroborando a declaração, linhas acima, do bom trabalho de marketing da Sony, hoje também foi divulgado um vídeo que, tecnicamente, é o primeiro clipe oficial para a música “Wish You Were Here”. Embora não conte com filmagens novas, é um razoável trabalho de edição e restauração (pela empresa “Son&Heir”) de imagens relativamente pouco conhecidas da banda (todas datando da primeira metade da década de 70, portanto anteriores à música). Há ainda uma cena de protestantes em conflito com a polícia, uma temática circular com eclipses e alusões à vida e trechos da animação que Gerald Scarfe fez para ser exibida no telão da turnê de 1975 durante “Shine On You Crazy Diamond”.

 

Primeiro lugar em outros países

“Wish You Were Here” também está no topo dos álbuns mais vendidos em outros três importantes mercados: Alemanha, Escócia e Itália. Na Austrália, embora em quinto lugar na lista geral, lidera outras duas: a que considera somente relançamentos e a que contabiliza apenas vendas em disco de vinil.

As notícias são celebradas em publicações da banda e Sony nas redes sociais:

“Uma das maiores bandas de rock inglesas de todos os tempos continua brilhando!”

OFFICIAL CHARTS

“Queria que você estivesse aqui”

Como nota triste em meio às celebrações, Ronnie Rondell Jr., o dublê que há 50 anos literalmente pegava fogo para a clássica fotografia da capa do álbum, faleceu aos 88 anos em agosto ⧉ em uma casa de repouso nos EUA de causa não informada pela família.

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