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“The Piper’s Call”: música do novo álbum de David Gilmour [vídeo oficial e análise]
Anunciado anteontem, “Luck and Strange”, o quinto álbum de David Gilmour fora do Pink Floyd, será lançado coincidentemente (coincidentemente?) no aniversário de 81 anos do ex-companheiro Roger Waters: 6 de setembro.
Ontem, porém, já foi liberada uma faixa, primeiramente tocada na ‘Radio 2’, da BBC, e, em seguida, disponibilizada nas principais plataformas de streaming. Agora, acaba de sair o vídeo oficial, assista:
“The Piper’s Call” talvez tenha sido escolhida por resumir “Luck and Strange”, não deve ser “a melhor” tampouco “a pior”, mas indica que deveremos ter um álbum ótimo (provavelmente acima da média de Gilmour, o que é muitíssimo), mas que não surpreenderá, será ele jogando em casa para sua torcida.
A obviedade até suspeita do título da música permite interpretá-la como um diálogo com Syd Barrett (o primeiro álbum do Pink Floyd, majoritariamente composto por ele, tem “piper” no título e o músico, frequentemente, é chamado assim: “flautista”). É bem plausível que, pelo menos parcialmente, tenha sido uma referência proposital. Musicalmente, a introdução (com ukulele, harpa e percussão no djembê, um tambor africano) até evoca um espírito pueril, nostálgico e de conto de fadas maluco que serviria muito bem em Barrett.

Na segunda estrofe a canção já muda muito, parece pedir para ser encaixada no álbum anterior de Gilmour, até involuntariamente por um verso do início: “os nós que apertamos não vão se soltar” (o disco de 2015 chamava-se “Rattle That Lock” — algo como “arrebente essa tranca” em português — e dizia no refrão “liberte-se destas correntes”). Mas a adequação citada é sonora mesmo (e isso é um elogio), pois os dois primeiros álbuns solo do guitarrista (“David Gilmour”, de 1978, e “About Face”, de 1984) parecem forçar para não soarem como Pink Floyd, o que é compreensível. A partir do terceiro, (“On an Island”, de 2006), a impressão é que Gilmour estava mais à vontade com suas habilidades (gigantes) e limitações (todos os músicos têm). Se qualquer parte de suas gravações remetesse à famosa banda não haveria problema: ele fazia parte dela. Natural.
David também indicava saber que não dá para ecoar como Pink Floyd no sentido pastiche da coisa, não porque o grupo seja “incopiável”, mas porque sempre soou muito diferente de um álbum para o seguinte e contava com quatro integrantes muito díspares (se usados da maneira correta o resultado é bom). Então… copiar qual Pink Floyd? Esse ponto talvez explique porque ele fez as pazes com seu próprio estilo.
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Mais do que isso, David Gilmour conseguiu consolidar suas características sem perder a essência e sem se repetir, e é aí que reside a verdadeira dificuldade. “The Piper’s Call” tem no seu DNA guitarra lapsteel e solo ultra-épico que dispensam teste de paternidade. É só ouvir os primeiros segundos para afirmar “é o Gilmour”. Há o interessantíssimo uso de um efeito mais “sujo” na guitarra principal (que não é tão característico dele) alternando com seu estilo mais limpo. Ficou muito bom mesmo.
Agrada também que após um início acústico que poderia ter sido gravado de um luau, um coro muito bonito e cordas sugerem um leve clima pesado (há pequenas passagens com sombrios acordes menores) e uma grandeza que encantam mas não deixam marcas fortes. Há três bateristas creditados no disco, mas, de acordo com o clipe oficial (acima), quem toca nesta faixa é o fantástico Steve Gadd (Adam Betts e Steve DiStanislao completam o trio), e ele não faz menos do que é esperado dele: um toque quase tribal que recheia a música nos momentos certos. Embora a gravação esteja extremamente bem produzida e junto com o arranjo sejam eficientes em criar uma atmosfera suave com todos os instrumentos nítidos e na dose, a canção não parece ir a muitos lugares diferentes.

Até que no final temos um solo de guitarra de 1 minuto e 44 segundos que realmente empolga e muito. Gilmour sabe que é só colocar a bola em seu pé nessa hora que já é jogo ganho. E outro ponto altamente positivo é que a execução termina em alto volume na nota dominante, finalizando a faixa de maneira incrível. Se lembrarmos dos solos mais famosos de Gilmour, quase todos terminam em “fade out” (quando, na mixagem, o volume é gradualmente diminuído até o silêncio). Parece que devemos agradecer ao produtor Charlie Andrew por essa mudança, pois, de acordo com Gilmour, na primeira reunião que tiveram, Charlie disse ao ouvir as composições: “Todos eles [os solos] desaparecem? Alguns deles não podem simplesmente acabar?”.
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A constância no trabalho solo de Gilmour é sempre fazer lindas e sublimes músicas, mas que carecem de temperos vindos de outras gastronomias. A maturidade reforçou a sofisticação e o seu estilo, mas, ao contrário do trabalho solo dos quatro outros integrantes do Pink Floyd, ele raramente se arriscou muito fora da sua “zona de conforto”. “The Piper’s Call” esboça tentar: há umas intervenções de buzina que chamam a atenção do ouvinte, o que parece mesmo ser o objetivo, tal qual o Floyd fazia com vozes, efeitos e animais nas músicas. A parceria com Charlie Andrew está prometendo ter “dado liga”, o produtor dosaria na medida certa o passado de Gilmour com a própria juventude e dá para acreditar que o álbum completo trará muitos frutos desse trabalho, que foi longo e, aparentemente, feito com muita “fome”.

A característica voz suave de Gilmour vai bem em “The Piper’s Call”, embora não seja possível nessa faixa sentir detalhadamente como as rugas dos anos (não são “defeitos”, mas são implacáveis) a afetaram, pois no único trecho em que ela aparece sozinha, no início, foi usado um leve falsete. Depois, ela aparece reforçada por vozes de apoio (dos filhos Romany e Gabriel) e, na última parte, também por um coro infantil.
A letra de “The Piper’s Call”
Como tema geral, dá para palpitar que a letra é um aviso de perigo para Syd (“fique longe das cobras”; “o ladrão trocará sua alma por favores”), um alerta contra pessoas que estariam ao redor dele: “amigos” e empresários da indústria musical (“a estrada para o inferno é pavimentada com ouro, todas as coisas que você não precisa, eles vão te vender”).
Syd Barrett, entretanto, pode ser apenas uma ilustração para a questão principal: como somos corrompidos pelo poder. Em português temos um ditado que pode ser aplicado a essa situação: “quem paga a banda escolhe a música”. Pois vejam que em inglês existe o equivalente “who pays the piper calls the tune” (‘quem paga o flautista escolhe a música’ ou ‘dá o tom’) e essa questão pode ser o cerne da mensagem, até porque não falta enredo para ela na longa carreira de Gilmour. A letra foi escrita por sua parceira de 30 anos e esposa Polly Samson, mas o guitarrista diz que quando compõe uma melodia um tipo de história já vem em sua cabeça e, no processo, ele conta tudo a Polly, que a transforma em letra.
É sempre bom relembrar que uma interpretação não necessariamente anula outras; a bem da verdade, elas podem ser somadas, o que enriquece uma composição e frequentemente é buscado por artistas.
Um trecho em primeira pessoa dá ótimas pistas da insatisfação antiga de Gilmour com a face burocrática da sua profissão — ele canta “como eu descobri há muito tempo”. Sobre o álbum como um todo, Samson declarou que “foi escrito do ponto de vista de ser mais velho”, o que deve remeter primeiramente à questão etária (David tem 78 anos), porém com a proeminência das vantagens de ser mais experiente e, inclusive, desiludido. Quando somos jovens, “as rodas estão quentes”, diz um dos versos, mas depois vem “a ressaca ultrajante” (a letra tem um de seus pés levemente molhado em clichês, mas não chega a incomodar).
Há uma aparente citação à música “Flaming”, do álbum “The Piper at the Gates of Dawn” (“as chamas são altas”), e até uma reinterpretação do “flautista” Pã que inspirou Barrett (o deus da natureza): na música, a personagem (“o chamado do flautista: contagioso”) combina mais com aquele vingativo do conto dos irmãos Grimm, que enfeitiça ratos e crianças. Este segundo não representaria Syd, mas sim aqueles que lhe passavam as drogas que, talvez, desencadearam sua decaída mental em pleno auge de sucesso e mocidade (“sua consciência descontrolada e beleza para ser vista, a promessa da juventude eterna, os despojos da fama”). Esse “chamado do flautista” é um sedutor perigo, um canto de sereia, que traz sua promessa nesta canção com um aparente reforço da mensagem do clássico “Comfortably Numb” (“o traficante irá entorpecer sua dor e estranheza”), mas a ‘conta’ sempre vem (“você colherá o que planta”).
Tradução de “The Piper’s Call”
O Chamado do Flautista
[Estrofe 1]
Leve esses pássaros para sempre
Não posso desfazer o vodu que você faz
E os nós que apertamos
Não vão se soltar
[Refrão]
Custe o que custar
Fique longe das cobras
A estrada para o inferno é pavimentada com ouro, eles vão te contar
Todas as coisas que você não precisa, eles vão te vender
[Estrofe 2]
Sua consciência descontrolada
E beleza para ser vista
A promessa da juventude eterna
Os despojos da fama, uma atitude carpe diem*
[Estrofe 3]
As chamas são altas, o chamado do flautista, contagioso
Um traficante** que irá entorpecer sua dor e estranheza
As rodas estão quentes, a ressaca ultrajante
O ladrão, ele trocará sua alma por favores
[Ponte]
Mas você colherá o que você semeia
Como eu descobri há muito tempo
[Estrofe 2 – parcial]
A promessa da juventude eterna
Os despojos da fama, uma atitude carpe diem*
* carpe diem = expressão em latim com significado de “desfrute o dia”, curta o momento”.
** fixer = a tradução literal do termo é “consertador”, mas é usado para pessoas que trabalham facilitando ou resolvendo os problemas de outras, geralmente de forma ilegal; pelo contexto óbvio do objeto do verso optamos por “traficante”.
Letra em inglês
The Piper’s Call
(David Gilmour e Polly Samson)
[Verse 1]
Take these birds everlasting
Can’t undo the voodoo that you do
And the knots that we fasten
Will not work themselves loose
[Chorus]
Whatever it takes
Steer clear of the snakes
The road to hell is paved with gold, they’ll tell you
All the things that you don’t need, they’ll sell you
[Verse 2]
Your conscience uncontrolled
And beauty to behold
The promise of eternal youth
The spoils of fame, a carpe diem attitude
[Verse 3]
The flamеs are high, the piper’s call, contagious
A fixеr who will numb your pain, and strangeness
The wheels are hot, the hangover outrageous
The stealer he will trade your soul for favours
[Bridge]
But you’ll reap what you sow
As I found long ago
[Verse 2 – excerpt]
The promise of eternal youth
The spoils of fame, a carpe diem attitude
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